Impacto da fermentação e da secagem na qualidade dos grãos de café ao longo de 18 meses de armazenamento
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Universidade Federal de Lavras
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Programa de Pós-Graduação
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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Tipo de impacto
Áreas Temáticas da Extenção
Objetivos do desesenvolvimento sustentável
Dados abertos
Resumo
Métodos de processamento emergentes têm sido aplicados para melhorar a qualidade
sensorial do café, sendo a fermentação dos mais utilizados atualmente. Na fermentação
ocorre a conversão dos constituintes da polpa em componentes ativos de sabor, como
formação de voláteis e ácidos orgânicos, que impactam a qualidade sensorial, produzindo
cafés individualizados e exóticos. Já foi comprovado que o aumento da qualidade
sensorial do café fermentado depende de fatores como microbiota predominante,
variedade e método de processamento do café. No entanto, após a fermentação, os grãos
de café devem ser secos e armazenados, e os estudos de fermentação do café não
descrevem o efeito dos métodos de secagem na vida de prateleira dos cafés fermentados.
Durante a etapa de secagem, ocorrem alterações físicas e bioquímicas nos grãos, e a
intermitência é uma das tecnologias usadas para preservar o sistema de membranas
celulares, a qualidade química e sensorial dos grãos. E mesmo após a secagem, os grãos
permanecem metabolicamente ativos. Mas a dinâmica de transformações que ocorre nos
grãos durante o armazenamento é complexa e, dependendo do processamento e da
secagem, estas podem ser intensificadas. Assim, acredita-se que a secagem intermitente
e que o uso de inoculação para fermentação pode aumentar a vida útil do café. O estudo
foi dividido em dois artigos com o objetivo de compreender o efeito da inoculação, tempo
de fermentação e método de secagem na vida útil do café ao longo do armazenamento
empregando (i) Cromatografia gasosa para determinação dos compostos voláteis e ácidos
graxos e análise sensorial por Check All That Apply; (ii) Cromatografia líquida de alta
eficiência para determinação dos perfis de açúcares, ácidos orgânicos e compostos
bioativos e análise sensorial por escala de intensidade. Frutos maduros de café arábica
foram utilizados para fermentação dos cafés naturais, em recipientes cilíndricos
herméticos. Os frutos foram divididos em dois lotes, um para fermentação sem inoculação
(microbiota indígena) e outro inoculado com a levedura Saccharomyces cerevisiae ADY
B0620 para a fermentação. Ambos os lotes foram submetidos à três períodos de
fermentação: 0, 48 e 96 horas. Após, os frutos foram secos de duas formas, contínua e
intermitente, em secadores mecânicos com temperatura de ar a 39±1 °C, até o teor de
água estimado de 11 %(b.u.). Quando seco, o café em coco foi acondicionado em
embalagens permeáveis, em condição ambiente, por 30 dias. O café em coco foi
beneficiado e os grãos acondicionados em embalagens de alta barreira para o experimento
de armazenamento. Os grãos de café foram armazenados em armazém comercial no sul
de Minas Gerais e amostragens com 0, 6, 9, 12 e 18 meses foram realizadas para análise
da qualidade química e sensorial dos grãos. Os resultados mostram que os compostos
voláteis formato de furfuril; 2-furanometanol, acetato; 2-furancarboxaldeído, 5-metil-; 2-
furanometanol; os ácidos graxos palmítico, esteárico e linoleico; os açúcares glicose e
frutose; e os ácidos cítrico, málico e quínico modificaram ao longo do armazenamento,
de acordo com presença da levedura S. cerevisiae ADY B0620 na fermentação. A
inoculação da levedura S. cerevisiae ADY B0620 preservou a composição de ácidos
graxos, compostos voláteis e ácidos orgânicos ao longo do armazenamento. Cafés
fermentados por 96 horas, independente da inoculação, apresentaram maior vida de
prateleira que os cafés com fermentação por 0 horas, preservando sua qualidade sensorial
por 18 meses.
Abstract
Emerging processing methods have been employed to enhance the sensory quality of
coffee, with fermentation being one of the most widely used techniques. During
fermentation, the conversion of pulp constituents into active flavor components, such as
volatile compounds and organic acids, occurs, influencing sensory quality and producing
distinct and exotic coffees. It has been established that the improvement in sensory quality
of fermented coffee depends on factors such as predominant microbiota, coffee variety,
and processing method. However, after fermentation, coffee beans must undergo drying
and storage, and studies on coffee fermentation do not describe the effect of drying
methods on the shelf life of fermented coffees. During the drying stage, physical and
biochemical changes take place in the beans, and intermittency is one of the technologies
used to preserve the cellular membrane system, chemical quality, and sensory attributes
of the beans. Even after drying, the beans remain metabolically active. However, the
dynamic transformations occurring in the beans during storage are complex and can be
intensified depending on the processing and drying methods. Therefore, intermittent
drying and the use of inoculation for fermentation are believed to extend the shelf life of
coffee. This study was divided into two articles with the aim of understanding the effect
of inoculation, fermentation time, and drying method on the shelf life of coffee during
storage, employing (i) Gas Chromatography for the determination of volatile compounds
and fatty acids, and Check All That Apply sensory analysis; (ii) High-Performance Liquid
Chromatography for the determination of sugar profiles, organic acids, and bioactive
compounds, and sensory analysis using an intensity scale. Ripe Arabica coffee fruits were
used for the fermentation of natural coffees in hermetic cylindrical containers. The fruits
were divided into two batches, one for fermentation without inoculation (indigenous
microbiota) and the other inoculated with the yeast Saccharomyces cerevisiae ADY
B0620 for fermentation. Both batches underwent three fermentation periods: 0, 48, and
96 hours. Subsequently, the fruits were dried continuously and intermittently in
mechanical dryers at an air temperature of 39±1 °C until the estimated water content
reached 11% (w.b.). Once dried, the coffee in parchment was packaged in permeable bags
and stored at room temperature for 30 days. The parchment coffee was then processed,
and the beans were packed in high-barrier packaging for the storage experiment. The
coffee beans were stored in a commercial warehouse in southern Minas Gerais, and
samples were taken at 0, 6, 9, 12, and 18 months for the analysis of the chemical and
sensory quality of the beans. The results indicate that volatile compounds such as furfuryl
formate; 2-furanmethanol, acetate; 2-furancarboxaldehyde, 5-methyl-; 2-furanmethanol;
fatty acids such as palmitic, stearic, and linoleic; sugars like glucose and fructose; and
organic acids such as citric, malic, and quinic acids undergo changes during storage,
depending on the presence of the yeast S. cerevisiae ADY B0620 in fermentation.
Inoculation with S. cerevisiae ADY B0620 preserved the composition of fatty acids,
volatile compounds, and organic acids during storage. Coffees fermented for 96 hours,
regardless of inoculation, exhibited a longer shelf life than coffees with 0-hour
fermentation, preserving their sensory quality for 18 months.
Descrição
Arquivo retido, a pedido da autora, até fevereiro de 2026.
Área de concentração
Agência de desenvolvimento
Palavra chave
Marca
Objetivo
Procedência
Impacto da pesquisa
Resumen
ISBN
DOI
Citação
HAEBERLIN, L. Impacto da fermentação e da secagem na qualidade dos grãos de café ao longo de 18 meses de armazenamento. 2024. 140 p. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola)–Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2023.
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