Absurdo, revolta e medida em Albert Camus: a arte como transgressão do real

Carregando...
Imagem de Miniatura

Notas

Coorientadores

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Federal de Lavras

Faculdade, Instituto ou Escola

Departamento

Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas, Educação e Letras

Programa de Pós-Graduação

Programa de Pós-graduação em Filosofia

Agência de fomento

Tipo de impacto

Áreas Temáticas da Extenção

Objetivos do desesenvolvimento sustentável

Dados abertos

Resumo

Em seus Carnets, Camus esboçou o desejo de trabalhar com três mitos gregos: Sísifo, Prometeu e Nêmesis, que figurariam como representação estética e ponto de partida para o desenvolvimento de três conceitos que perpassam toda sua obra: absurdo, revolta e medida, respectivamente. Os comentadores identificam dois ciclos bem definidos no pensamento camusiano: do absurdo e da revolta. Cada um desses ciclos seria composto por uma obra ensaística principal, um romance e uma ou duas peças de teatro. Camus vale-se de linguagens bem distintas para abordar um mesmo conceito e até mesmo ultrapassá-lo. Nesse sentido, o filósofo pied-noir apresenta uma rejeição ao formalismo sistemático e ao enaltecimento da razão enquanto única dimensão do homem, valorizando a construção do pensamento através de imagens. O romance e a arte em geral aparecem como instrumentos capazes de alcançar as demais dimensões do humano, que não se limitam à razão, mas recorrem à sensibilidade despertada através de vivências indiretas - isto é, leitura e experimentação de narrativas ficcionais. Nessa ponte entre filosofia e literatura, ou filosofia e imagem, Camus concede lugar de destaque à criação artístico-literária, que figuraria como uma das poucas alternativas ao homem lúcido que deseja, ao mesmo tempo, ultrapassar a cruel realidade do mundo, sem no entanto se desvincular completamente do realismo que é necessário a uma lucidez consciente. O ciclo da medida (ou do amor), apesar de interrompido pela morte precoce do autor, representaria o ápice de sua proposta filosófica, que estaria situada no equilíbrio entre dois extremos: a absolutização da história e o completo desligamento do real. Sua proposta seria conciliar o engajamento histórico consciente sem, no entanto, se limitar à história e, por outro lado, ultrapassá-la sem se desligar por completo da realidade.

Abstract

In his Carnets, Camus outlined the desire to work with three Greek myths: Sisyphus, Prometheus and Nemesis, which would appear as an aesthetic representation and a starting point for the development of three concepts that permeate all of his work: absurdity, revolt and measure, respectively. Commentators identify two well-defined cycles in Camusian thought: the absurd and the revolt. Each of these cycles would consist of a main essay, a novel and one or two plays. Camus uses very different languages to approach the same concept and even go beyond it. In this sense, the pied-noir philosopher rejects systematic formalism and the exaltation of reason as the only dimension of man, valuing the construction of thought through images. The novel and art in general appear as instruments capable of reaching other human dimensions, which are not limited to reason, but resort to the sensibility awakened through indirect experiences - that is, reading and experimenting with fictional narratives. In this bridge between philosophy and literature, or philosophy and image, Camus gives a prominent place to artistic-literary creation, which would appear as one of the few alternatives to the lucid man who wishes, at the same time, to overcome the cruel reality of the world, without however completely disengage from the realism that is necessary for conscious lucidity. The measure (or love) cycle, despite being interrupted by the early death of the author, would represent the apex of his philosophical proposal, which would be situated in the balance between two extremes: the absolutization of history and the complete disconnection from reality. His proposal would be to reconcile conscious historical engagement without, however, being limited to history and, on the other hand, going beyond it without completely disconnecting from reality.

Descrição

Área de concentração

Agência de desenvolvimento

Palavra chave

Marca

Objetivo

Procedência

Impacto da pesquisa

Resumen

ISBN

DOI

Citação

SANTOS, H. R. Absurdo, revolta e medida em Albert Camus: a arte como transgressão do real. 2023. 98 p. Dissertação (Mestrado em Filosofia)–Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2023.

Link externo

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por

Licença Creative Commons

Exceto quando indicado de outra forma, a licença deste item é descrita como acesso aberto